Em uma  oficina de audiovisual, como a que propomos, o processo é sempre mais importante que um produto final e passa  pela construção de uma relação de afeto e confiança entre seus participantes (oficineiros, alunos). Com uma construção colaborativa   busca-se o diálogo, a interatividade na produção de conteúdos e o respeito à diversidade de temas propostos. Os participantes são estimulados ao trabalho em grupo para refletir sobre a realidade  em que vivem, seus anseios, angústias e sonhos. Através da mediação tecnológica aprendem a construir suas histórias por meio dos recursos e técnicas trazidos pelos oficineiros.

Cada projeto e cada oficina tem sua dinâmica própria que sugere a reinvenção de processos pedagógicos pré-definidos. É necessário seguir uma estrutura, mas estar atento aos desafios propostos em cada encontro.

No processo de construção dos episódios da websérie Meu Mundo, Minhas histórias foram utilizadas experiências  de outros projetos (nossos ou de grupos pelo Brasil) criados ou adaptados dispositivos para atender as demandas de cada encontro.

Entendemos Dispositivo na definição do Projeto Inventar com a Diferença, da Universidade Federal Fluminense e Secretaria Especial dos Direitos Humanos do Ministério da Justiça, como “jogos, desafios com o cinema, um conjunto de regras para que o estudante possa lidar com os aspectos básicos do cinema e, ao mesmo tempo, se colocar, inventar com ele, descobrir sua escola, seu quarteirão, contar suas histórias. Há dois modelos de dispositivos: aquele com equipamento de filmagem e gravação de som e aquele sem equipamento.”

Para contribuir com o debate, tão necessário, no campo do cinema e educação descrevemos  algumas práticas e dinâmicas utilizadas no Projeto.